Não foi uma manhã de domingo normal, outra vez... Acho que já está a ser normal não ter manhãs de domingo normais, não é?
Encontrei-me com o Tiago para começarmos a sessão ao Fiat 128 dele, perto de Coruche, e enquanto esperava por ele, tentava pensar em vários spots que pudássemos utilizar (aquelas mudanças de última hora). Assim que nos encontrámos, decidimos seguir para uma estação de comboios abandonada, ali na zona. Assim que o Tiago chegou, reparei que o carro estava... Sujo. Nunca, mas nunca vi tanto mosquito morto num carro. Bem, haveria de ser nada, e tendo em conta todo o panorama da cena e como decorreu o dia? Acabou por ter a sua piada.
A sessão foi decorrendo com calma e muitas trocas de ideias em relação a este 128, sobre que carburadores lá ficariam bem, que melhorias na travagem, aquela conversa típica entre dois totós do mundo automóvel, como de certo a maioria dos leitores deve compreender. Mas algo não me saía da cabeça e era o aspecto agressivo que o 128 aparentava ter, naquele momento! Estava a dar-me real gozo de ver, de forma a esboçar aquele sorriso involuntário de quando vemos algo que apreciamos. Gosto mesmo destes "velhadas". Entretanto, eu e o Tiago começámosa reparar que algo se passava com a passagem dos comboios, dado que já tinham passado 30 minutos e nenhum comboio tinha passado, sendo que a fila que se havia formado na passagem já havia tomado um comprimento considerável, assim como estava a levar alguns condutores a um certo nível de frustração... Compreensível, não é? (Acho que nunca ouvi tanta asneirada na minha vida (mentira, vá).) E eis que, lá ao fundo, um comboio apareceu... Num ritmo lento... Muito lento, quase que dava para acompanhá-lo a pé! Ainda bem para nós, azar de quem esperava, deu tempo para tirar uma foto do 128 ao lado do comboio!
Ainda após a passagem do comboio, a passagem de nível permaneceu fechada, pelo que deduzimos que talvez fosse devido a cruzamento de comboios e estariam a fazer a troca de linha algures, o que levantou um pequeníssimo problema... Devido à confusão com a linha férrea, havia uma fila interminável de carros... Lá decidimos que seria melhor seguir por um caminho de terra batida conhecido do Tiago e que daria a uma fábrica abandonada perto de Coruche. Acho que seguir por terra batida teve uma segunda intenção dado que comecei a reparar que combinava imenso com o estilo deste 128. Tanto no seu aspecto de carro de rally, como no andamento que o Tiago estava a dar-lhe! Nada contra, quem se vai queixar de aumentar um pouco o ritmo, ao som de um antigo carburado? E que som.
A meio caminho, pedi ao Tiago para parar e colocar o 128 em determinadas posições de bolinha verm... Estou a brincar, apenas achei o spot interessante para o carro e tirei umas fotos. Retomámos caminho até Coruche, onde deixei o meu carro e fizemos o resto do caminho no 128. Já tinha saudades. Saudades de andar num velhadas. Nada está perfeito. Muitos ruídos. Aquele cheirinho a gasolina queimada. Este não é um carro rápido, mas não importa, parece! E é nisto que os antigos brilham, brilham no que que interessa, sentir a condução! Sentir o real prazer de pegar num volante, fazer a magia entre os pedais e a caixa de velocidades e gastar muitos sorrisos (bem rasgados) por quilómetro. Caramba, mais uma experiência inesquecível. Ah, e percebi que tinha de perder peso, o cinto do 128 era um bocado manhoso, curto... Mas consegui fechar, tranquilo!
Chegámos à fábrica abandonada para acabar a sessão e houve um bocado de tempo para apreciar os detalhes deste 128. O desembaciador traseiro é estranho... Mas porque era um extra da época, e este que aqui está montado, foi feito à parte! De aspecto algo tosco, mas sem comprometer a visibilidade e... Funciona! Gostei. Símbolo Abarth no interior, tacómetro aftermarket, um interruptor vermelho (modo Race?), muito metal, rock n'roll! Pormenores muito castiços e que prazer estar perto deste carro! Passámos mais algum tempo neste spot e começámos a arrumar as coisas para seguir caminho para casa. Assim que chegámos à saída, deparámo-nos com o portão fechado, alguém o tinha fechado. Ups. "E agora?", pensámos nós. Felizmente deixaram um número para ligarmos, pelo que apenas aguardámos alguns minutos pela chegada do segurança que, muito felizmente, vinha bastante bem disposto e, claro, a gozar "o pratinho". As cancelas e portões estavam em voga neste dia, está visto! Finalmente, portão aberto e disse adeus ao Tiago. Para mim, este dia estava longe de estar acabado já que o Motor O2 vinha a caminho com o novíssimo Giulia!
links
_____________________________________
_____________________________________